segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

E a esquerda?

Sejamos francos. Há uma única razão para Pedro Passos Coelho se manter no poder. Agora que vemos finalmente um discurso cada vez mais unânime de que o caminho da austeridade pior do que levar a mau porto não leva a porto algum, esperaríamos talvez mais confluência da oposição ou mais actividade na rua. Nem uma nem outra. E a razão é a ausência de alternativa. A critíca ao modelo está feita há muito e, por termos visto o fundo do poço, não há argumento que valide a continuação desta politica. Mas nada de novo se avizinha. O Partido Socialista (sobre)vive entre um líder que todos - até o próprio - sabem ser a termo e as cinzas dos erros do seu antecessor. Pior que isso, sem uma visão do líder que se segue. O Bloco de Esquerda continua a seguir a trama da sua divisão e de 3 anos de más opções politicas onde tudo correu mal, e cujas sequelas não são ainda previsíveis. E o Partido Comunista, hermeticamente, continua a preferir o reduto dos seus votos invioláveis à agregação identitária da esquerda portuguesa. Não esperava nada de diferente desta aliança liberal oportunista que governa o país. Mas ninguém na esquerda portuguesa sai incólume de ver o país ser destroçado e vendido.

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