sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Ainda, uma vez mais, e enquanto necessário, a saúde.

Enquanto nos afogamos entre as opiniões dos economistas - e eles são cada vez mais, estão por todo o lado, andam aos pares e dizem, na televisão, quase todos o mesmo - e o medo de um futuro pior, há um contínuo ataque ao funcionamento público sob a desculpa da inevitabilidade. Quando toda a poeira assentar, veremos a maioria da riqueza pública a funcionar em nome do enriquecimento de alguns. Este é um dos maiores ataques concertados de que há memória. Observámos complacentes quando transferiram o nosso tecido de produção para o centro europeu em troca de uns temporários subsídios e agora encolhemo-nos com medo das palavras grandes que nos atiram enquanto saqueiam o que nos sobra de funcionante. O que era do interesse de todos está a transformar-se na nova forma de enriquecimento de alguns. E porque há uma diferença entre roubarem a riqueza dos nossos filhos ou sonegarem o seu acesso ao melhor tratamento médico, interessa antes de tudo defender aquilo a que um dia chamámos, orgulhosamente, Sistema Nacional de Saúde.
Arnaut continua ingloriamente a gritar contra a horda de comentadores que, entre as 8 e as 10, povoam os paíneis das várias televisões. É importante que se discuta tecnicamente o que é o SNS, para que serve e qual a sua qualidade médica - se podem irromper na televisão e mudar o vocabulário social com palavreado económico, que se use esta urgência técnica para discutir também tecnicamente a saúde. Mas é importante que se saiba também que ele funciona bem e é bem visto pelos seus utentes. Quando os dados de hospitais públicos e de parcerias público-privadas saírem, teremos matéria mais do que suficiente para invadir a Sic Notícias.

Sem comentários:

Enviar um comentário